Comunicado à imprensa
Divulgado hoje o relatório sobre a revisão intercalar do
sector dos jogos
de
fortuna ou azar após a sua liberalização
Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças
11 de Maio de 2016
O relatório de estudo sobre a REVISÃO INTERCALAR DO SECTOR
DOS JOGOS DE FORTUNA OU AZAR DA RAEM APÓS A SUA
LIBERALIZAÇÃO NOS DOMÍNIOS DA ECONOMIA, SOCIEDADE, QUALIDADE
DE VIDA DA POPULAÇÃO E DA EXPLORAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS,
divulgado hoje (dia 11), abrange nove aspectos inseridos nas
seguintes quatro áreas: a situação do cumprimento das normas
contratuais e a situação
de exploração das actividades por parte das concessionárias
e subconcessionárias da exploração de jogos; o impacto do
desenvolvimento da indústria do jogo sobre a economia, a
sociedade e a vida da população local; a situação actual dos
promotores de jogo, entre outros. Conforme um balanço e uma
análise sobre as informações e os dados respeitantes, o
Grupo de Estudo considerou que todas as seis operadoras
cumpriram as suas promessas feitas nos contratos no que diz
respeito ao valor global do investimento. O desenvolvimento
do sector do jogo tem produzido
notáveis efeitos positivos na sociedade e na economia
locais, porém, provocado, ao mesmo tempo, respectivos
impactos negativos, além de se ter verificado
a percentagem dos trabalhadores residentes contratados pelas
operadoras de jogo muito maior do que a dos trabalhadores
não residentes e uma tendência de queda no número dos casos
de irregularidade em diversas áreas.
Com o objectivo de realizar uma revisão abrangente sobre a
situação de execução dos contratos de concessão para a
exploração dos jogos de fortuna ou azar em casino e analisar
o impacto do desenvolvimento do sector do jogo sobre a
economia, o ambiente de negócios para as pequenas e médias
empresas, a sociedade e a vida da população locais, os
efeitos articula
dos entre os componentes de jogo e não jogo, bem como a
evolução e a situação actual dos promotores de jogo desde a
liberalização do jogo, o Gabinete do Secretário para a
Economia e Finanças encarregou, em 2015, o Instituto de
Estudos sobre a Indústria de Jogo da Universidade de Macau
para realizar um estudo sobre a REVISÃO INTERCALAR DO SECTOR
DOS JOGOS DE FORTUNA OU AZAR DA RAEM APÓS A SUA
LIBERALIZAÇÃO NOS DOMÍNIOS DA ECONOMIA, SOCIEDADE, QUALIDADE
DE VIDA DA POPULAÇÃO E DA EXPLORAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS.
Este estudo ajuda para efectuar uma revisão sistemática
sobre a situação de exploração do sector do jogo no
território e do cumprimento das responsabilidades sociais
por parte das operadoras, servindo de importante referência
para o aperfeiçoamento das leis e regulamentações relevantes
do sector do jogo e o respectivo regime de supervisão, no
sentido de promover uma exploração com qualidade,
honestidade e credibilidade e um desenvolvimento saudável do
sector do jogo.
Racionalizar e analisar a situação do cumprimento das normas
contratuais e
a situação de exploração das actividades por parte das
concessionárias e subconcessionárias de exploração dos jogos
de fortuna ou azar em casino, incluindo a situação do
cumprimento das normas contratuais, a situação de
exploração, responsabilidades sociais, situação de
regularidade, etc., constituem um dos núcleos de todo o
estudo. O mesmo relatório avançou que as seis operadoras
cumpriram as suas promessas feitas nos contratos no que diz
respeito ao valor global do investimento e contrataram
trabalhadores que, na sua maioria,
são ligados à área de jogo, sendo a percentagem dos
trabalhadores residentes muito maior do que a dos
trabalhadores não residentes. Constata-se ainda um nível
muito superior do aumento salarial, em termos de amplitude,
para os trabalhadores residentes. Além disso, é verificado
que as seis operadoras têm fornecido aos seus trabalhadores
oportunidades de promoções e movimentos horizontais, sendo
aumentada a percentagem dos trabalhadores residentes em
cargos de gerência ou superior de cerca de 60% em 2008 para
mais de 80% em 2014. O
relatório procedeu, igualmente, a uma análise sobre o número
dos trabalhadores contratados pelas operadoras de jogo, a
situação da promoção profissional e mobilidade horizontal
dos trabalhadores, alterações nas remunerações, formação
pessoal, entre outras vertentes.
Após a análise, o Grupo de Estudo notou que o
desenvolvimento do sector do jogo tem um papel positivo na
promoção da sociedade e da economia do território, e que
existem efeitos articulados favoráveis ao desenvolvimento
entre os componentes de jogo e extra-jogo. Porém,
constata-se que
houve, simultaneamente, impactos negativos, nomeadamente o
efeito de exclusão
exercido sobre os negócios explorados por parte das pequenas
e médias empresas, devido ao aumento dos custos de vida e de
negócios resultante da
elevação da inflação e dos preços
dos imobiliários, bem como implicações sobre os valores
sociais, pelo que carece de acompanhamento e solução
contínuos. Por outro lado, os promotores de jogo têm
desempenhado um papel proactivo no percurso do
desenvolvimento do sector do jogo. No entanto, existem
vários problemas, pelo que é
necessário
reforçar a supervisão, a fim de impulsionar um
desenvolvimento saudável e ordenado do sector em questão.
No tocante à situação de regularidade, há uma tendência de
diminuição dos casos de irregularidade
em várias áreas relacionados com as seis operadoras,
incluindo erros e omissões surgidos na informação sobre os
trabalhos de controlo interno para a prevenção
dos crimes de branqueamento de capitais e de financiamento
ao terrorismo, a execução dos “Requisitos Mínimos de
Controlo Interno” e das instruções sobre o jogo responsável,
entre outras vertentes.
Como são variados os critérios dos diferentes locais para a
avaliação das responsabilidades sociais assumidas por
empresas, o Grupo de Estudo, ao fazer uma revisão em relação
ao cumprimento destas responsabilidades por parte das seis
operadoras de jogo, tomou em consideração, em primeiro
lugar, as solicitações da sociedade local direccionadas para
essas operadoras, nas vertentes como o transporte e
alojamento disponibilizados aos trabalhadores não
residentes, o apoio prestado às pequenas e médias empresas,
a concretização da aquisição de bens e serviços locais, a
exploração dos elementos
extra-jogo, entre outras. Além disso, o Grupo de Estudo
tomou ainda como referência os critérios de avaliação
relativamente comuns a nível internacional, tendo escolhido
dois temas adequados para a avaliação: questões relativas
aos consumidores e o envolvimento das operadoras de jogo na
vida comunitária e no desenvolvimento. Após a análise, o
relatório
afirmou que todas as seis operadoras de jogo disponibilizam
o serviço de transporte aos seus trabalhadores e criaram
mecanismos de tratamento das questões relativas aos
consumidores; no que diz respeito ao apoio prestado às
pequenas e médias empresas, várias operadoras concretizaram
a aquisição preferencial de produtos e serviços das pequenas
e médias empresas locais.
Indicações sobre tabela
l
Avaliação da execução do valor global do investimento
previsto nos contratos de concessão/subconcessão da
exploração de jogos de fortuna ou azar em casino
Concessionária /subconcessionária |
Valor global do investimento previsto
nos contratos de concessão e subconcessão
(em milhões de patacas) |
Prazo para a execução do investimento |
Data da celebração do contrato de
concessão / subconcessão |
Execução do investimento no prazo
contratualmente acordado (7 anos)
(em milhões de patacas) |
Execução do valor do investimento
previsto nos contratos de concessão / subconcessão |
Sociedade de Jogos de Macau, S, A, |
4 737 |
A despender no prazo de sete anos a
contar da outorga do contrato de concessão |
28 de Março de 2002 |
11 527 |
Concluído |
Wynn Resorts (Macau), S,A, |
4 000 |
A despender no prazo de sete anos a
contar da outorga do contrato de concessão |
24 de Junho de 2002 |
12 607 |
Concluído |
Galaxy Casino, S,A, |
8 800 |
A despender dentro do prazo de sete
anos a contar da outorga do contrato de concessão |
26 de Junho de 2002 |
7 588* |
Concluído |
Venetian Macau, S,A, |
4 400 |
A despender dentro do prazo de sete
anos a contar da outorga do contrato de subconcessão |
19 de Dezembro de 2002 |
53 501 |
Concluído |
MGM Grand Paradise, S,A, |
4 000 |
A despender dentro do prazo de sete
anos a contar da outorga do contrato de subconcessão |
19 de Abril de 2005 |
10 267 |
Concluído |
Melco Crown (Macau ), S,A, |
4 000 |
A despender dentro do prazo de sete
anos a contar da outorga do contrato de subconcessão |
8 de Setembro de 2006 |
42 322 |
Concluído |
Fonte: Planos de investimento anexos aos
contratos de concessão e de subconcessão; as informações
relativas aos montantes efectivamente investidos foram
facultados pela DICJ (os dados relativos aos montantes de
investimento efectivo fornecidos pela DICJ foram
contabilizados anualmente; para efeitos de análise, o Grupo
de Estudo Temático converteu proporcionalmente estes dados
em contabilização diária)
* Apesar do investimento efectivo da Galaxy
em 7 anos após a celebração do respectivo contrato, ou seja
de 26 de Junho de 2002 a 26 de Junho de 2009, ter sido de
apenas 7 588 milhões de patacas, valor inferior ao exigido
no contrato de concessão (8 800 milhões de patacas), nos
termos do contrato de subconcessão celebrado entre a Galaxy
e a Venetian, parte do plano de investimento constante do
contrato de concessão da Galaxy foi transmitida para a
Venetian. Assim, nos termos deste, o plano de investimento
da Venetian entra na contagem do valor global de
investimento da Galaxy, com um limite máximo de 4 400
milhões de patacas. Este aspecto já foi esclarecido em
pormenor no Relatório (Planos de investimento constantes dos
contratos de concessão e de subconcessão), pelo que a Galaxy
cumpriu também as obrigações previstas no seu contrato de
concessão relativamente à execução do valor do investimento.
- Fim -